A RELIGIÃO TRADICIONAL BANTA SEC. XIX
Prof.ª Andréa
Wintm
Marilene Neves
de Oliveira
Pós-Graduação Latu Senso em História e Cultura
Afro-Brasileira
Instituto IERGS
RESUMO
A Religião
Tradicional Banta é uma das mais antigas. Desde os primórdios tempos “primitivos”o
homem Banto já se relacionava com as forças da natureza. Reconhecia em seu
ambiente o poder de suas manifestações, criando assim um conceito chamado
“animismo”, onde o material e imaterial tem “anima=alma”. No séc. XVIII, muito
pouco se entendia sobre o assunto. Onde foram criados conceitos pejorativo o
“feiticismo”. Dizia-se que o povo africano adoravam ídolos e faziam ritos,
considerados pelos portugueses como primários, necessitado, segundo eles da
religião católica. Com estudos mais aprimorados com olhar mais atendo no sec.
XIX e XX, descobriu-se que na realidade o “animismo” é a essência da religião
Banta. Pois, crêem em um Deus criador e único e que a natureza tem seu poder
“Ãnima”.
Palavra
chave:A religião Tradicional Banta; Feiticismo; Animismo Banto.
1 INTRODUÇÃO
O Presente estudo trata
da Religião Tradicional Banta e do modo
como esse povo se relacionava com a natureza e o conhecimento de Deus criador.
2
RELIGIÃO TRADICIONAL BANTA
A religião tradicional Banta em seu contexto
geral tem várias interpretações. Antes dos estudos de antropologia não se
conseguia determinar uma religião digna. Entendia-se que era um conjunto de
superstições.
No sec. XIX segundo uma
revista alemã generalizou falando do povo africano:
[...]os indígenas não estavam mentalizados nem
no plano político nem no plano religioso...A vida e o comportamento dos negros
estão determinados apenas pelos instintos primitivos; quanto o mais carecem de
qualquer inspiração ética[1].
“Stanley , que definiu
a África como continente obscuro, misterioso e tenebroso, dominado por feitiços
insensíveis”[2].
Criou-se uma má imagem
sobre a religiosidade da África negra.
Segundo
Naine: “[...] se as “guerras entre selvagens”; para referir tais circunstancia,
criou-se a palavra “tribalismo”. “Tribo” designava originalmente um grupo
sociocultural. Hoje, aplicada à África, significa formação “primitiva” ou
“retrograda”. A palavra “feiticismo” tem acepção igualmente pejorativa: os
africanistas empregam-na pra designar a religião tradicional africana”.[3]
Podemos observar na
citação a cima como os historiadores definiam a religião tradicional africana
sempre ligada com sua visão européia, desconhecendo a essência da natureza
africana.
1.1 ANCESTROLOGIA
A ancestrologia também
reduziria a religião Banta, por que acima existe Deus como influencia vital no
dinamismo central. O negro africano reconhece apenas um Deus Criador e mitos
intermediários entre Ele e o mundo invisível, os quais, contudo, nunca podem
ser deuses.[4]
Sendo assim, mesmo com
a pratica ao culto aos antepassados, só a ancestrologia simplificaria a
religião Banta.
A ancestrologia também
reduziria a religião Banta, por que acima existe Deus como influencia vital no
dinamismo central. O negro africano reconhece apenas um Deus Criador e mitos
intermediários entre Ele e o mundo invisível, os quais, contudo, nunca podem
ser deuses.[5]
Sendo assim, mesmo com
a pratica ao culto aos antepassados, só a ancestrologia simplificaria a
religião Banta.
2
FEITICISMO
Os Portugueses desde os
primeiros contatos com os povos negros africanos, diziam que esses praticavam
feitiços. Denomina-se feiticismo um conjunto de crenças, cultos e ritos dos
negros da África que tem por objetivo a adoração de objetos materiais, os feitiços.
A palavra Feiticismo
apareceu, pela primeira vez, como termo científico e descritivo, em 1760 e num
livro intitulado Do culto aos deuses,
feitiços ou paralelo da antiga religião do Egito com a religião actual da
nigrícia. É seu autor Charles De brosses.[6]
Segundo o autor que cito neste
trabalho feiticismo não tem qualquer
significado para os Bantos. Designa apenas um aspecto parcial da sua religião
3
ANINISMO BANTO
O animismo tem origem
em sua palavra anima = alma[7].
Animismo crença em inúmeras almas.
Seu criador foi o
antropólogo inglês Edward Burnett Tylor, 1820. Desde modo, o animismo, eu seu pleno desenvolvimento, compreende a
crença nas almas e num estado futuro, o poder de divindades e de espíritos
subordinados, resultando desasas doutrinas algum gênero de culto ativo.
Os
partidários da adaptação criaram os grandes impérios sudaneses, e os da
resistência procuraram repudiá‑los. Os primeiros aplicavam
os princípios liberais do Islã e do cristianismo, os segundos apoiavam-se no que Brunschwig chama de “animismo” e
“etnicidade”. Bem antes do período colonial, houve inumeráveis revoltas contra
os inovadores africanos; a resistência ao colonialismo brotou em grande parte
das mesmas fontes animistas e étnicas.[8]
[...] “animismo”, que designa a religião tradicional na
África também comporta carga negativa. [9]
Segundo a citação acima, nos séc. XVIII E XIX tinha-se uma
visão negativa do animismo, pela falta de entendimento do mesmo. Via-se o
“diferente” como uma ameaça aquilo que
já conheciam. No caso aqui os Europeus cristãos.
Entendemos que o “animismo” foi o primeiro contato do homem com o meio em que
ele vive, a natureza e sua força sobre as espécies.
“Os povos
“primitivos” estavam ainda na infância ou nela haviam estacionado. Qualquer homem
que se encontrasse sozinho frente à natureza reagiria como um “primitivo” e
construiria um animismo universal, uma filosofia elementar natural, como reação
primária do se espírito ante os dados da experiência pessoal e ambiental”[10]
“A
tradição banta apresenta uma vsão espiritualista da existência fundamental no
convencimento-vivência da intercomunhão entre o mundo visível e o invisível,
onde Deus está presente como causa primeira de ambos. O homem negro africano é
um crente por cvocação. A sua fé penetra a vida e constituí-o religioso,
cultural, simbólico, ritualista, celebrante e, sobretudo,
participante-comungante”[11]
A formação religiosa do povo Banta, assim como na maioria africana, é
desenvolvida desde meninos, são participantes ativos das celebrações,
conhecendo assim o entrelaço do mundo invisível com o visível.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos considerar que desde dos primeiros séculos a religião
predominante no continente africano foi o animismo. Depois, se diversificou
entre islamismo e cristianismo.
Essa tendência animista foi considerada pelos europeus como
feiticismo. No séc. XIX e XX , os escravos vindos do continente africano para o
Brasil conservaram essa prática animista e realizavam seus rituais e danças nas
senzalas. Contribuindo com a formação de nossa cultura.
5 REFERÊNCIAS
ALTUNA,
Raul Ruiz de Asúa. Cultura Tradicional
Banta. Editora Paulinas. Prior Velho. Portugal. 2006, p.353,356,358,359,366
UNESCO.
História geral da África. Vol. IVP. 15
UNESCO.
História Geral da África. Vol. VII, p. 66
[1] ALTUNA, Raul Ruiz de Asúa. Cultura Tradicional Banta. Editora
Paulinas. Prior Velho. Portugal. 2006, p.353
[2] Ibid.Altuna.
[3]
UNESCO. História geral da África. Autor vol IV , Djibril Tamsir Niane. P. 15
[4] Ibid, p. 358. Altuna.
[5] Ibid, p. 358. Altuna.
[6] Ibd. P. 356. Altuna.
[7] Seu criador J. C. Thibault de
Laveaux, em 1820. O antropólogo inglês Edward Burnett Tylor dimensiono-o ao
empregá-lo pela primeira vez num artigo publicitário em 1866 na revista
(Fortnightly Review). Este comentário você acha em no livro de PE. Raul Ruiz de
Asún Altuna “Cultura Tardicional Banta, p.359.
[9] Ibid. Vol. IV, p. 15
[10]
Ibid. P. 359. Altuna.
[11]
Ibid. P. 366. Altuna.
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